terça-feira, 17 de maio de 2011

Quantas mortes ainda são necessárias?

11 jornalistas foram mortos no Brasil entre os anos de 2005 e 2009. Esse é o levantamento divulgado pela Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj) em debate no Dia Internacional da Liberdade de Imprensa, ocorrida na audiência pública promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado. Não é preciso procurar muito para achar a causa dos assassinatos. É claro que o objetivo de todos eles é impedir que uma informação seja divulgada. Tudo bem, jornalista não é polícia. Mas, concordo com o presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, José Augusto de Oliveira Camargo, quando ele afirma que um crime contra um jornalista é um crime contra a sociedade. Como um policial, um jornalista também tem deveres para cumprir, e a divulgação da verdade é um dever (e não uma opção).

Como ser verdadeiro sem liberdade?

Atualmente a imprensa é um “negócio” como outro qualquer. Seu produto (a notícia) deve agradar aos investidores em primeiro lugar, custe o que custar. Os profissionais da comunicação que tentam “nadar contra a maré” trabalham duro para pautar a verdade em primeiro plano. Alguns pagam o preço com a vida. Quantas mortes ainda são necessárias para que a verdade impere no mundo da imprensa? O presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal, Lincoln Macário, defende a criação de mecanismos legais que protejam os jornalistas de eventuais cerceamentos cometidos pelas próprias chefias na redação. Concordo plenamente que essa seria uma eficaz medida para “início de conversa”.

Para além das redações, a liberdade de imprensa precisa se tornar uma prática social como muitas outras, desde que não seja praticada com violência.

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