quinta-feira, 26 de maio de 2011

A proibição da marcha da maconha é um atentado contra a liberdade de expressão?

No dia 7 de maio, estima-se que 5.000 pessoas participaram em passeata no Rio de Janeiro em favor da legalização do uso da maconha. O evento inicialmente transcorreu tranquilamente, no entanto o término foi caótico com a detenção de três pessoas.
As justificativas para a liberação do uso da substância estão na necessidade de tirar a maconha do círculo do crime e desmantelar quadrilhas que fomentam o tráfico. Dessa forma, a violência poderia decrescer já que não seriam precisos meios ilícitos para poder conseguir o fumo.
A marcha que iria ocorrer em São Paulo, no último fim de semana foi proibida pela justiça do estado. Os manifestantes resolveram promover uma passeata em prol da liberdade de expressão. Disso fica a indagação : se todo ser humano tem o direito de expor seu ponto de vista sobre determinado assunto, por que esse evento foi proibido?
Segundo Norberto Bobbio, a democracia deve promover debates pacíficos em detrimento de conflitos físicos que visem a atender grupos de opiniões diversas na sociedade. “A livre expressão de idéias , mais que um mero direito do indivíduo, é um relevante instrumento de paz e ordem social.”
Quando o direito à livre expressão não é observado, o que se vê são manifestações pacíficas serem substituídas por espetáculos de violência, como o que ocorreu nesse caso.
O ser humano pode e deve se expressar, desde que não influencie negativamente a conduta e tente impor idéias subjetivas aos demais. Como a marcha não incentivava o uso de drogas e apenas lutava pela sua legalização, a justiça não devia ter proibido esse direito do cidadão em se manifestar.
Lembrando que o álcool, o cigarro também são drogas e podem ser comercializados legalmente. Cabe a cada cidadão definir o que é bom ou ruim para a sua vida. Não é um simples manifesto que afetará o resto de sua vida ou influenciará definitivamente suas decisões.
Fernanda Fernandes Borges

Nenhum comentário:

Postar um comentário